Música na cultura africana
A cultura musical africana tem grande importância mundial. Ritmos originários da África subsaariana, em particular no Oeste da África, foram transmitidos através do tráfego de escravos pelo Atlântico e resultaram em estilos musicais como o samba, blues, jazz, reggae, rap, e rock n’ roll.
Grande parte das culturas tradicionais foi empobrecida como resultado de anos de negligência e supressão dos regimes coloniais. Existe agora um renascimento nas tentativas de redescobertas e valorização das culturas africanas tradicionais. Entretanto, em anos recentes, a cultura africana tradicional muitas vezes tem sido relacionada com a pobreza rural e agricultura de subsistência.
Danças Africanas
A dança: uma expressão perpendicular de um desejo horizontal dada aos africanos. Os africanos têm um talento nato, cadenciado no compasso coração, dando assim vida a dança. As danças típicas da áfrica são: kizomba, semba, Funaná, Kuduro, e dança tribal.
Kizomba: surgiu em Angola nos anos 80 e é uma versão eletrônica e urbana com origens no semba e no zouk das Antilhas. Cada vez mais popular nas pistas de dança em Portugal, é atualmente uma das mais importantes expressões da música de dança africana, sendo simultaneamente o gênero de dança e um estilo de música. Uma dança a dois, quente, suave, contagiante e sensual, que propicia uma verdadeira cumplicidade entre os corpos. Na dança, são importantes fatores as noções de tempo e contra-tempo, as transferências de peso, a sutileza da condução e a gestão das pausas e hesitações.
Semba: é uma dança de salão angolana urbana, surgiu em Angola nos anos 50/60. Também dançada a pares, caracteriza-se por ser uma dança de passadas, onde os cavalheiros têm um grande grau de improviso. É uma dança de divertimento em festas, dançada ao som da música que lhe dá o nome - Semba.
Funaná: É um gênero musical de Cabo Verde, originário da Ilha de Santiago e tocado com acordeão. Antigamente, qualquer que fosse a festa (um casamento, um batizado, uma festa religiosa) era sempre ao som deste ritmo. Pode ser dançado a par ou individualmente. É uma dança quente, apaixonante, acelerada…
Kuduro: proveniente também de Angola, é uma dança criativa que pode ser dançada de forma individual ou em grupo, ao som de música batida, de estilo tipicamente africano, criada e misturada geralmente por jovens. Em grupo é dançado sob a forma de Esquema, designando-se por Dança da Família, onde em coreografia coordenada o mesmo passo é repetido diversas vezes pelos participantes na dança.
Danças Tribais Africanas: danças e rituais que despertam o ritmo e as expressões corporais, que existem dentro de nós, inspirando o corpo e a alma se entrelaçam com dinamismo e alegria de viver. Dança de saltos atléticos, figurinos exóticos e ritmos de êxtase, é uma expressão fortíssima de sentimentos artísticos, emocionais e religiosos.
No vídeo abaixo, um clipe de um grupo musical africano chamado Bela Tchicola:
No vídeo abaixo, um clipe de um grupo musical africano chamado Bela Tchicola:
Artes na cultura africana
A cultura africana tem uma rica tradição artística representada por uma variedade de entalhos em madeira, trabalhos em bronze e couro. As artes africanas incluem esculturas, pinturas, cerâmica, máscaras cerimoniais e vestimentas religiosas. A cultura africana sempre deu ênfase na aparência das pessoas e, as jóias, colares, braceletes e anéis permaneceram como um acessório pessoal importante. De maneira similar, máscaras são feitas com desenhos elaborados e constituem parte importante da cultura africana. Máscaras são usadas em uma variedade de cerimônias e rituais.
Na maioria da arte tradicional da cultura africana, certos temas são recorrentes, como um casal, mulher com criança, homem com arma ou animal, e um forasteiro. O casal raramente exibe intimidades e pode representar ancestrais e fundadores da comunidade. A mulher com a criança retrata o desejo intenso das africanas de ter filhos. O homem com arma ou animal simboliza honra e poder. O forasteiro pode ser alguém de outra tribo ou outro país, sendo que quanto mais distorcido ele for, maior tenderá a ser suas diferenças com a cultura que o retratou.
Lendas e folclores na cultura africanaAs lendas e folclores representam a variedade de facetas sociais da cultura africana. Como em quase todas as civilizações e culturas, mitos de inundação circulam em diferentes partes da África. Por exemplo, de acordo com um mito pigmeu, Chameleon escutou um barulho estranho em uma árvore, cortou seu tronco e então de dentro dela saiu água em uma grande inundação que se espalhou por todo o mundo. O primeiro casal humano emergiu com a água.
Folclore é um gênero da cultura que se manifesta por costumes, lendas, tradições e festas. As manifestações folclóricas podem ser vistas através da sabedoria popular antiga, pela diversidade de dialetos, pela arte, pela diversidade de religiões e credos, pelos trajes, pelas músicas e por outros.
Culinária africana
A África, por ser um continente muito grande, possui a influências de vários outros povos em sua alimentação. Portanto é muito difícil definir uma culinária tipicamente africana, mas existem sim pratos característicos em algumas partes do continente.Podemos citar como exemplos de pratos da culinária africana:O Macarrao Bechamel (uma espécie de “torta” de macarrão); Foul (patê de fava); Calulu de peixe; Tarco; Pomba Recheada; Mussaká; Méchoui de cordeiro e Molouhia (sopa de verduras especial do Oriente Médio).
Arquitetura Africana
Existem muitos preconceitos com relação à arte africana e à África em geral. A denominação genérica de africano engloba maior quantidade de raças e culturas do que a de europeu, já que no continente africano convivem dez mil línguas, distribuídas entre quatro famílias, que são as principais. Isso torna difícil encontrar os traços artísticos comuns, embora, a exemplo da Europa, se possa falar de um certo aspecto identificador que os diferencia dos povos de outros continentes. A arquitetura africana teve um caráter utilitário, em vez de comunitário, e salvo raras exceções, nunca foi empregada (como no resto das civilizações) como representação de poder. Comum a todos os povos foi a utilização de materiais pertencentes à sua região geográfica e o uso intencional e comedido dos materiais em equilíbrio com o meio ambiente. Independentemente de sua hierarquia, todos possuíam o mesmo tipo de casa, não como expressão de igualdade, mas de pertinência ao mesmo grupo.
Os materiais utilizados variavam segundo a região, mas normalmente eram semelhantes: desde o barro até fibras secas tecidas, ou uma combinação de vários. De modo geral, o povoado se protegia com uma muralha de barro, que rodeava e marcava os limites da aldeia.O Grande Zimbábue é o que restou de um povoado, todo construído por uma muralha monumental. Centro de uma importante cultura dedicada à pecuária, seus muros medem quase 10 m de altura. O motivo de seu abandono repentino é desconhecido, embora sua lenda como santuário tenha persistido até o início deste século.
Além das diferentes variações de choças de adobe e palha, existem na África outros estilos arquitetônicos autóctones. Os ashantis constroem grandes palácios e templos com paredes de barro sustentadas por uma armação de estacas. São numerosas as mesquitas erguidas desse modo, como a Mesquita ashanti de Larabanga, em Gana.
Autores: Dionísio Jr., Luiza Bouzon, Mariane Furtado, Mayumi Penteado, Paulo Gomes e Thais Peixoto.